Nada é defiitivo no Universo, tudo tem seu alfa e seu ômega, até os amores. Não te admires disso.
Então ficamos assim,
Segue teu rumo pela vida a fora,
Vive tuas escolhas, vai-te agora,
Afasta-te de mim
Não olhes pra trás,
Esquece a rua, o casebre medonho,
Segue o rastro ascendente do teu sonho,
Mata-me em paz.
Enfurna-te nos bares,
Sorve, dos cristais de França, as ilusões,
Baila pelos palcos luminosos dos salões,
Entrega-te aos jantares.
Bebe teu vinho,
Aproveita o sucesso do teu charme,
Brinda à glória extrema de deixar-me,
Esquece o velho ninho.
Não te quero mal.
Foste meu brinquedo, a bola, o trem...
Não me deves porquês nem porém.
És livre, afinal.
Toma a serpentina
E segue o bloco alegre do teu carnaval.
Mascarada, seminua, passional!
Fria colombina!
Não me tenha dó.
Vive a liberdade louca dos ciganos,
Que eu também tenho sonhos, tenho planos,
Não me sinto só.
Já nada importa.
Já te arranquei do peito, não me serves!
Nem te ouço. Por ti mesmo, te preserves!
És folha morta.
Que mais queres?
Que te diga que sofro e morro e sou feliz?
Que te perdôo o desencanto, os desenganos vis?
Ah! As mulheres!
E então te vais...
Mas por que choras? Porque tremes! Vai!
Espera que te beije, que te abrace? Sai!
Não te quero mais
Vai com Deus!
Extirpei-te de mim, como um letal tumor.
Jamais saberás a extensão da dor...
Dos dias meus.
Perdida na tua ânsia de esplendor,
Nem viste o funeral do meu amor.
É tarde, adeus!
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Recife, nov/2002.
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