Ah, o amor proibido!
Não há nada mais gostoso,
Não há nada mais picante,
Nem nada é mais excitante
Que o desejo fogoso
Daquele amor proibido!
Aquele amor fugidio,
Aquele olhar de malícia,
Faces rubras de desejo
Bocas sedentas de um beijo,
Imaginada carícia
Daquele amor fugidio...
A boca nunca beijada...
Os lábios de carne e mel...
Ah, como é doce o odor
Do beijo tenso de amor,
Ferindo as harpas do céu
Da boca nunca beijada...
O amor que não se permite,
Ah! Quando é correspondido
Nos devolve a juventude
Fingindo que nos ilude,
Brinca de herói e bandido,
Sacia e abre o apetite
Amores escancarados
São armadilhas cruéis
Que assassinam as ilusões,
Que tornam dois corações
Infelizes, infiéis,
E matam os sonhos dourados
Prefiro o doce suspiro,
Do peito arfante e comparsa,
Olhar de puro pecado,
Gestos do amor bem guardado
No andar de leveza e graça,
Mil vezes, digo, prefiro,
A sofrer os desenganos
Dos vãos ideais desfeitos,
Da perfeição desnudada
Do tudo desfeito em nada,
Decepções e defeitos,
Onde eram sonhos e planos
Prefiro a visão sublime
Do meu amor ideal,
Que só me deseja e ama.
Que nada pede ou reclama.
Prefiro esse amor fatal
Que a sociedade reprime:
Livre prisão voluntária,
Saúde atrás da malária,
Atrás do bandido, o crime.
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(Brasília, dez/2004. Nada é mais verdadeiro que um sonho acalentado, com esperença viva. A grande ilusão é pensar que o real é o que se vê... Para encontrar a Verdade é preciso desvendar os mistérios.)
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