Sempre circularam muitas brincadeiras sobre a volta dos geólogos e técnicos para casa, após aquelas campanhas de 20, até 30 dias no campo. Voltam tão secos, que quando os filhos vêm dar bênção, a resposta é:
- Deus te abençoe meu filho. Cadê sua mãe?
O Góia, por exemplo, era um topógrafo, com mais de 60 anos. Quando o Toyota ultrapassava a curva conhecida como “olá Goiânia”, ele batia na braguilha e dizia pra todos ouvirem:
- Acorda traste imprestável! Hora de trabalhar, sua preguiçosa! Não vá me fazer passar vexame, hem!
Outra vez, tínhamos chegado por volta das sete da noite, de Palmeirópolis. Quando foi lá pelas dez, o Tonico, outro topógrafo, me liga:
- Dr. Reginaldo, só o senhor pra me livrar da fria em que me colocaram. Desculpa eu tá ligando nessa hora, mas a coisa aqui em casa tá preta. A mulher quer me expulsar do apartamento de todo jeito.
Sem entender direito, pedi a ele pra se acalmar e contar o que houve. A história foi que seus colegas de barraco, no acampamento do projeto Palmeirópolis, simplesmente colocaram uma calcinha dentro da mala do pobre, na hora da viagem. Enquanto um distraía a vítima, outros faziam o serviço sujo. Quando a mulher do Tonico foi arrumar as roupas... Deu no que deu.
Pedi pra falar com ela ao telefone, mas ela se recusou.
- Tonico, não posso fazer nada.
Mas ele insistiu tanto, que lá fui eu tentar o impossível. E notem que eu também tinha chegado naquele dia e vinha do msmo jejum, se é que me entendem. Mas, um amigo é pra acudir outro... Lá fui eu, deixando a minha mulher, também, com a pulga atrás da orelha.
Rosa estava a verdadeira fera ferida. Arisca, não deixava ninguém falar. Dizia que o Tonico era um sem-vergonha, que não tinha respeito, essas coisas que diz toda mulher enciumada.
Já estava quase desistindo de argumentar, quando resolvi tentar a última cartada, já que ela não aceitava que tinha sido uma brincadeira de mau gosto. Pedi ao Tonico:
- Vá lá dentro e traga a calcinha!
Ele se espantou e eu insisti.
- Vamos! Vá buscar a calcinha!
- Rosa jogou fora.
Agora me dirigi à fera:
- Rosa, sei que você não jogou fora. Guardou por aí. Confie em mim e traga a calcinha aqui, agora.
Ela disse ao Tonico onde tinha escondido e o pobre foi lá e trouxe a arma do crime: uma calcinha, tamanho P, de malha barata, com borboletinhas vermelhas e a etiqueta de preço, do lado de dentro, preservada.
- Rosa, por favor, não me leve a mal, mas cheire essa calcinha.
- Que sem-vergonhice é essa? Ta pensando que eu sou o quê?
- Calma Rosa, confie em mim, veja uma coisa.
Aproximei-me dela, mostrei-lhe a etiqueta de preço e, com jeito, fi-la sentir o cheiro de calcinha nova, sem uso. Qualquer um distingue o cheiro de uma calcinha nova!
Ela ainda relutou um pouco, mas depois se acalmou, abriu umas cervejas e ainda fizemos uma farra. Tonico ficou me devendo essa.
Mas meu amigo Vergílio, que já repousa no andar de cima, foi quem me ensinou a melhor estratégia para a volta do campo: o golpe da toalha, que vou ensinar agora, de graça. Consiste no seguinte: ao entrar para o banheiro, para o banho da chegada, esqueça, de propósito, de levar a toalha. Lave os cabelos com xampu, barbeie-se, escove os dentes, corte as unhas, perfume-se, abra uma brechinha na porta:
- Benzinho, esqueci a toalha! Pode me trazer, por favor!
Quando o benzinho estender o braço, pra entregar, abra a porta e a puxe para dentro. Aí... O resto é por sua conta.
Último alerta. Mesmo se ela insistir que deixou toalha no banheiro pra você, diga que caiu debaixo do chuveiro e ficou molhada.
Até onde sei, esse golpe só foi aplicado por geólogos, mas nada impede que as geólogas o usem também. Nada de machismo!
Êh Vergilião! Que falta você faz!
- Deus te abençoe meu filho. Cadê sua mãe?
O Góia, por exemplo, era um topógrafo, com mais de 60 anos. Quando o Toyota ultrapassava a curva conhecida como “olá Goiânia”, ele batia na braguilha e dizia pra todos ouvirem:
- Acorda traste imprestável! Hora de trabalhar, sua preguiçosa! Não vá me fazer passar vexame, hem!
Outra vez, tínhamos chegado por volta das sete da noite, de Palmeirópolis. Quando foi lá pelas dez, o Tonico, outro topógrafo, me liga:
- Dr. Reginaldo, só o senhor pra me livrar da fria em que me colocaram. Desculpa eu tá ligando nessa hora, mas a coisa aqui em casa tá preta. A mulher quer me expulsar do apartamento de todo jeito.
Sem entender direito, pedi a ele pra se acalmar e contar o que houve. A história foi que seus colegas de barraco, no acampamento do projeto Palmeirópolis, simplesmente colocaram uma calcinha dentro da mala do pobre, na hora da viagem. Enquanto um distraía a vítima, outros faziam o serviço sujo. Quando a mulher do Tonico foi arrumar as roupas... Deu no que deu.
Pedi pra falar com ela ao telefone, mas ela se recusou.
- Tonico, não posso fazer nada.
Mas ele insistiu tanto, que lá fui eu tentar o impossível. E notem que eu também tinha chegado naquele dia e vinha do msmo jejum, se é que me entendem. Mas, um amigo é pra acudir outro... Lá fui eu, deixando a minha mulher, também, com a pulga atrás da orelha.
Rosa estava a verdadeira fera ferida. Arisca, não deixava ninguém falar. Dizia que o Tonico era um sem-vergonha, que não tinha respeito, essas coisas que diz toda mulher enciumada.
Já estava quase desistindo de argumentar, quando resolvi tentar a última cartada, já que ela não aceitava que tinha sido uma brincadeira de mau gosto. Pedi ao Tonico:
- Vá lá dentro e traga a calcinha!
Ele se espantou e eu insisti.
- Vamos! Vá buscar a calcinha!
- Rosa jogou fora.
Agora me dirigi à fera:
- Rosa, sei que você não jogou fora. Guardou por aí. Confie em mim e traga a calcinha aqui, agora.
Ela disse ao Tonico onde tinha escondido e o pobre foi lá e trouxe a arma do crime: uma calcinha, tamanho P, de malha barata, com borboletinhas vermelhas e a etiqueta de preço, do lado de dentro, preservada.
- Rosa, por favor, não me leve a mal, mas cheire essa calcinha.
- Que sem-vergonhice é essa? Ta pensando que eu sou o quê?
- Calma Rosa, confie em mim, veja uma coisa.
Aproximei-me dela, mostrei-lhe a etiqueta de preço e, com jeito, fi-la sentir o cheiro de calcinha nova, sem uso. Qualquer um distingue o cheiro de uma calcinha nova!
Ela ainda relutou um pouco, mas depois se acalmou, abriu umas cervejas e ainda fizemos uma farra. Tonico ficou me devendo essa.
Mas meu amigo Vergílio, que já repousa no andar de cima, foi quem me ensinou a melhor estratégia para a volta do campo: o golpe da toalha, que vou ensinar agora, de graça. Consiste no seguinte: ao entrar para o banheiro, para o banho da chegada, esqueça, de propósito, de levar a toalha. Lave os cabelos com xampu, barbeie-se, escove os dentes, corte as unhas, perfume-se, abra uma brechinha na porta:
- Benzinho, esqueci a toalha! Pode me trazer, por favor!
Quando o benzinho estender o braço, pra entregar, abra a porta e a puxe para dentro. Aí... O resto é por sua conta.
Último alerta. Mesmo se ela insistir que deixou toalha no banheiro pra você, diga que caiu debaixo do chuveiro e ficou molhada.
Até onde sei, esse golpe só foi aplicado por geólogos, mas nada impede que as geólogas o usem também. Nada de machismo!
Êh Vergilião! Que falta você faz!
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