quinta-feira, janeiro 11, 2007

Do alto do edifício

Sou um homem só.
Sou um homem, sim,
Mas um homem sem.
Sou um ser assim,
Simplesmente só,
Somente alguém
Volátil, pó.

Sou um ser sem dor,
Sou alguém sem lar,
Um homem vão,
Um homem vil,
Sou um ser doente
Alguém vulgar,
Um tonto, um demente.

Sou um ente enfim,
Sem nada por dentro, oco.
Sou um homem louco,
Sou um ser no fim,
O mas vil covarde,
Um morto-vivo a vagar,
No momento mais difícil,
No alto do edifício,
Sem coragem de pular.
..................................................................
(Poesia escrita em dezembro de 1987. Expressar sentimentos é isso. Vestir todas as roupas, subir todas as escadas, explorar todas as saídas, viver todos os dramas. Senão, não se faz poesia. Monta-se equação.)

Nenhum comentário: