"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente”
Fernando Pessoa
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente”
Fernando Pessoa
De tanto fingir que é dor
A dor que deveras sente,
O poeta, na verdade,
Vive em desrealidade:
A dor que deveras sente,
O poeta, na verdade,
Vive em desrealidade:
Pensa que nega o que mente,
Nega que mente o que sente:
Um nudista em seu pudor.
Amanhã é seu presente,
Passado é seu amanhã,
Presente é fé e um divã.
Seu tempo é um relógio ausente,
Sua arma é o tiro no peito,
A virtude é seu defeito.
Julgando sentir rancor,
Ignora a flecha da dor
Do amor que o peito ressente.
Pessoa tinha razão,
O poeta é um falastrão,
Que sente tudo o que mente.
Rio, 17/01/2008
Um nudista em seu pudor.
Amanhã é seu presente,
Passado é seu amanhã,
Presente é fé e um divã.
Seu tempo é um relógio ausente,
Sua arma é o tiro no peito,
A virtude é seu defeito.
Julgando sentir rancor,
Ignora a flecha da dor
Do amor que o peito ressente.
Pessoa tinha razão,
O poeta é um falastrão,
Que sente tudo o que mente.
Rio, 17/01/2008
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