Não me digas que era inevitável,
Que a tragédia foi só fatalidade
E que as dores que sentes e a saudade
São os frutos cruéis do imponderável.
Represaste o que era irrepresável,
Alteraste o correr da Natureza...
Era certo, portanto, que a represa
Algum dia explodisse e o rio, estável,
Retomasse seu curso secular,
Devolvendo equilíbrio ao ambiente.
Aprendamos, por fim, uma lição!
Muitas vezes é bom e salutar
Que se rompam os elos da corrente,
E com eles a velha construção,
Pra que brote de novo no lugar
Edifícios de paz, nova semente,
Sob o signo e a voz do coração.
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