quarta-feira, março 17, 2010

Lenda da criação do geólogo

Reza a lenda que Deus tinha acabado de criar nosso mundo, com tudo que aqui há (aliás, quase tudo, como se verá). Já tinha tirado o merecido descanso dominical, curtindo o solzinho (uma de suas criações mais difíceis, segundo Ele) de Jeriquaquara, Porto Seguro e Búzios. E até já fazia planos para novos mundos, quando, ao lançar um derradeiro olhar sobre Sua obra, deparou-Se com curiosa cena. E pôs-Se a assuntar.

Neguinho ia passando numa estrada, meio lá meio cá, depois de umas manguaças, quando lasca o dedão numa pedra e se esborracha no chão. Tinha uma pedra no caminho. Era uma pedrona, de uns dez quilos, incolor, transparente, brilhante... Neguinho se levantou, o dedão latejando parecendo uma ameixa roxa, a unhona pendurada, pegou a pedra na mão e desabafou:

- Quem foi o filadaputa que deixou esse puta cristal de quartzo no meio do caminho?

Nisso, passa um médico, que logo se apressa em tratar a ameixa, digo, o dedão da vítima, extirpando os restos de unha e fazendo o devido curativo. Na hora de receber, o médico, que já tinha visto pedra semelhante alhures, dá uma de joão-sem-braço:

- O que é isso companheiro? Fui médico particular do Homem durante os seis dias da Criação! Acaso passou por sua cabeça que eu iria me aproveitar de sua fragilidade, aqui nessa estrada, para enfiar-lhe a faca? O juramento de Hipócrates para mim, é sagrado! Minha assistência não lhe custa nada e até far-lhe-ia, de bom grado, o favor de levar, como lembrança, essa que foi a cruel causadora de suas dores. Vou levar essa pedrona para mim.

Neguinho, ainda atordoado, já ia entregando a pedra, quando um economista passante intervém:

- Momentinho senhores! Sem querer, assisti ao que aqui se passou e gostaria de conhecer melhor essa malfadada pedra. Não sei se vocês sabem, mas fui eu que fiz o plano de viabilidade econômica do mundo, a pedido do Homem.

Após examinar a pedra contra o sol, girando-a por cerca de cinco minutos, faz surpreendente oferta:

- Sou professor de economia mineral (Deus já tinha criado a economia mineral) e gostaria de levar esse espécime de topázio, sem valor econômico, apenas para compor o acervo de amostras da minha instituição. Para não dizerem que levei de graça, dou-lhes cem reais, cinquentinha para cada um, e estamos conversados!

Neguinho já ia passando a mão nos cinquenta, quando, surgido não se sabe de onde, um administrador interrompe o tripartite colóquio:

- Mas o que temos aqui? Três adultos numa negociação de boca, sem nada escrito, sem ao menos um contrato! Onde está o profissionalismo? Na qualidade de assessor administrativo do Homem, fui eu que planejei a Criação, em seus mínimos detalhes. Vamos fazer um plano de negócios pra botar uma ordem nessa zorra!

Tomou a pedra do economista, tentou riscar-lhe com uma lâmina de canivete, mas esta é que saiu toda arranhada, perdendo o fio. Sem pestanejar propôs:

- Esta pedra serve direitinho para segurar a porta lá de casa, que bate muito com o vento. O plano de negócios é o seguinte: eu fico com ela por duzentos reais, em quatro prestações mensais e iguais. Para sacramentar a transação, aqui está um contrato prontinho pra assinarmos sem mais perda de tempo.

Como naquela estrada passava de tudo, eis que chega um engenheiro, exatamente a tempo de impedir a insólita negociação. Dizendo-se responsável técnico pela Criação, pede para que todos se afastem e inicia um meticuloso exame na sanguinária pedra. Anota todas as dimensões, inclusive os ângulos das faces e arestas, expõe ao sol, olha com uma minúscula lupa (uma das últimas criações de Deus, antes de Adão e Eva), risca, cheira, lambe, ausculta, e o escambau. Depois, com a solenidade das grandes sentenças, anuncia:

- Tecnicamente falando, trata-se de um megacristal de coríndon incolor, mineralzinho chulo, que não serve pra nada, mas dá uma boa pedra de amolar. Gostaria de tê-la, para amolar minhas ferramentas. Sendo assim, pra acabar com o leilão que aqui se instalou, a pedra é minha por mil reais.

- UUHHHHHH! Fez a platéia em volta. Sim, porque, àquela altura já havia uma pequena multidão em volta do grupo e da polêmica pedra.

- Mil reais??? Por mim, negócio fechado, fez o bebum, doido pra pegar a grana e voltar pra sua taberna.

- Eu cheguei aqui primeiro e tratei a ameixa, isto é, o dedão do pé desse bebão. Tenho preferência, portanto. Fico com a pedra por dois mil reais! E ponto final!

- UUHHHHH! A platéia delirava.

- Bom, como prova do meu amor pelas ciências e pela educação, levo a pedra por quatro mil reais e não se fala mais nisso!

- Vende! Vende! Vende! A platéia berrava.

- Sem organização não chegaremos a lugar nenhum! E meu plano de negócios? Pois vou alterar a cláusula de valor e estipular em dez mil reais o preço da pedra. Fim de papo.

Três mocinhas da primeira fila da platéia desmaiaram. Uma mulher grávida pariu uma garotona, imediatamente batizada de Pedrita. Neguinho se animou:

- Quem dá mais? Quem dá mais?

Quando o engenheiro levantou o braço pra fazer sua contraoferta, um personagem novo entra na história. Nada mais, nada menos que um advogado. Ou, conforme se apresentou ao surpreso grupo, assistente jurídico do Homem, durante a Criação.

- Se não fosse eu, o Homem tava ferrado. Mais de mil ações por danos morais, já pensou?! Ganhei todas!

Diante da barulheira infernal, o advogado começou a berrar:

- Data vênia minha gente! Datíssima vênia! Quo vadis?

Sem mais recursos, pegou duas varas, exibiu-as no ar formando uma cruz e soltou os pulmões:

- Vade retro satanás! Vade retro cão das sete portas!

Um silêncio sepulcral se formou, quebrado apenas pelas risadas da moça que recebeu uma pomba-gira, na última fila da platéia.

O assistente do Homem, então, tirou de sua mochila (criada especialmente para ele, pelo Homem) o código penal, o código civil, a CLT, o Código Nacional de Trânsito, a Constituição Federal, um Regimento Interno e uma Portaria.

Invocando então, a Cláusula 17ª, Parágrafo 11º, Item XIV, Inciso XXIX, do Capítulo 4 do dispositivo legal pertinente, retomou seu discurso:

- Onde estamos minha gente? Data vênia, temos aqui quatro aproveitadores querendo explorar a infelicidade desse pobre bebum, que teve a sorte e o azar de arrebentar a cabeça do dedão do pé nessa pedra. Azar, porque perdeu uma unha, e uma unha, por mais unha que seja, é também obra da criação e merece todo nosso respeito.

O bebum, que era mineiro, encheu-se de brios:

- Uai sô! Intão vam fazê um minutin de silenz pur minh'unhona, uai!

E assim foi feito.

- Mas foi sorte também, retomou o advogado, porque era uma baita de uma unha encravada, provavelmente um pequeno descuido da equipe técnica auxiliar do Homem. Mas, nada disso justifica o que aqui se passa, porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O fato objetivo é que temos aqui um crime cristalinamente cometido. Temos sangue e temos vítima. E, nesse ponto, a lei é implacável, dela não escapando nem o reino britânico, muito menos o reino mineral. Dura lex, sed lex. Portanto, sem mais delongas, a pedra está apreendia, em nome da lei, para averiguações, exames de corpo de delito, antecedentes criminais, etc e tal. Até a completa e cabal elucidação dos fatos. Duela a quien duela, no más!

Na platéia, a pomba-gira tinha agora a companhia de um preto-velho, que desceu doido por um marafo. O advogado prosseguiu:

- Quanto a esses salafrários aproveitadores, serão todos enquadrados na forma da lei, salvo melhor juízo. E saiu enquadrando todo mundo, a torto e a direito:

- Você está enquadrado no código do consumidor. Você na CLT. Você na lei das contravenções e você na 8.666...

Ao ouvir seu enquadramento, o engenheiro, inconformado, partiu para cima do causídico do Senhor, para tirar satisfações. Ao fazê-lo, contudo, deu um pisão na ameixa, digo no dedão do pé do bebum. Este, injuriado e não entendendo mais porra nenhuma, deu um contravapor na orelha do engenheiro, que foi se esbarrar com o médico, caindo ambos. Puto da vida, botou a pedra debaixo do braço e encostou-se numa árvore, em posição de defesa:

- Na minha pedra ninguém toca! Na minha pedra ninguém toca!

Sacudindo a poeira e dando a volta por cima, o médico sacou um bisturi de 15 cm, afiadíssimo, e ameaçou dissecar o engenheiro ali mesmo. O administrador, no meio da confusão, levou um sopapo do economista. Pra se vingar, pegou um chucho de madeira e mirou bem no coração do advogado, salvo pela capa dura da nova edição da CLT. A essa altura, o engenheiro se esgrimia com o economista, numa roda formada pela platéia. Este, com sua régua de cálculo, aquele com sua régua T. A platéia entrou em delírio, quando o tranca-rua, recém-baixado, deu um direto no queixo do preto-velho, derrubando-o em cima da pomba-gira, que, mesmo assim, continuava dando risadas. Enfim, como o diabo gosta.

Deus, que a tudo assistia (lembram-se do primeiro parágrafo?), vendo aquela zorra no Seu mundo, que deveria ser perfeito, suspirou:

- Meu De... Ops! Meu Filho, onde foi que eu errei?

E pensou, pensou, pensou... Já estava quase desistindo, quando Lhe veio um estalo:

- Caraca! Onde estava com a cabeça? Esqueci de criar o geólogo!

Imediatamente completou sua obra. Levou um susto quando viu o resultado, pois, na pressa, fez um ser mal-ajambrado pra caramba. Depois conserto, pensou. E, pondo a destra na cabeça da criatura, ordenou, amorosamente:

- Vai lá, meu filho, e acabe com aquela bagunça.

O geólogo, ainda meio zonzo da criação assim tão espontânea, já ia saindo, após receber uma capanga, também recém-criada, com todos os apetrechos de tabalho dentro, inclusive uma garrafinha e uns sanduíches velhos, com ovo estragado, provavelmente sobras de outro mundo, quando ouviu a última recomendação:

- Mas, aja rápido, que ainda tenho um mundo pra começar a criar amanhã cedinho, viu filho?

E assim, o geólogo adentra a lamentável cena. No caminho, tinha mamado metade da garrafinha enquanto traçava os sanduíches de ovo estragado. Afinal, não tinha comida nada ainda, desde que fora criado. Subiu num barranco, bateu palmas para chamar a atenção, ninguém ligou. O pau comia solto.

- Atenção minha gente! Por favor!

Começou a ficar puto! Tirou da capanga a garrafinha e levou-a, avidamente, aos lábios.

- Atenção cambada de filadaputa!

O ovo estragado começou a fazer efeito. O geólogo suava aos cântaros. Sorveu mais uns três goles do líquido quente, o que deve ter aumentado a fermentação estomacal. O calor era insuportável. A barriga do geólogo parecia uma bomba atômica. Até que o pino não aguentou e explodiu:

- PUUUMMMM!!!!

Foi o maior pum que jamais se ouviu sobre a face da Terra. O pipoco ecoou nas serranias e provocou uma reverberação estrondosa, que quase arrebenta os tímpanos dos brigões. O cheiro de enxofre inundou o ambiente, forçando os contendores a protegerem o nariz. Aos poucos, a balbúrdia se aquietou. Depois de três explosões secundárias, o silêncio era de cemitério. Nesse momento, todos se voltaram para aquela coisa estranha, aboletada sobre o barranco da estrada:
  • Uma figura imunda, coberta de poeira;
  • Colete sujo esquisito, cheio de bolsos;
  • Uns troços pendurados no pescoço;
  • Boné esculhambado, aba pra trás;
  • Óculos raiban escuros;
  • Barba imensa de troglodita;
  • Capanga bolorenta a tiracolo;
  • Cinturão de couro, com um monte de coisas penduradas, destacando-se um martelo, calibre 38, cabo longo;
  • Calça jeans surrada que nunca viu água;
  • Perneiras sobre as calças e botina de couro.
Depois de mais uma dose da divinal garrafa, o geólogo, assim falou:

- Olha aqui cambada, o Homem me mandou aqui pra acabar com essa baderna.

Assim dizendo, sacou o martelo, para utilizá-lo como banquinho, pois pretendia sentar-se pra fazer seu discurso. Achando que ia começar um tiroteio, a platéia se mandou. Em uma fração de segundo pomba-gira, preto-velho e tranca-rua desincorporaram e escafederam. Ficaram somente o bebum e os interessados na pedra.

O geólogo tratou, então, de terminar logo sua tarefa.

- Vou resumir o que temos aqui. Neguinho tropeçou num baita diamante, e agora sofre o assédio imoral de cinco espertalhões, cada um se fingindo de morto pra levar a pedra para si, por um preço irrisório.

Neguinho quase tem um ataque cardíaco, apertando a pedra contra o peito com as duas mãos:

- A pedra é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro!

O geólogo continuou:

- Bom, o fato é que alguém vai ter de ficar com o diamante... Mas, quem?

- Todos levantaram o braço, a um só tempo:

- Eu!!

- Então, vamos resolver isso rapidinho. Com a autoridade que me foi dada pelo Homem, farei uma, e uma só, pergunta a cada um dos interessados. Não haverá segunda chance. Aquele que acertar sua resposta, de primeira, será o feliz proprietário do diamante. Ok?

-Ok, todos responderam, menos Neguinho, claro.

- Comecemos então, disse o geólogo, não sem antes dar mais uma golada na inseparável garrafinha.

Dirigindo-se ao médico, perguntou de sopetão:

- Então homem dos medicamentos, diga-nos: qual o antitérmico específico para baixar a febre do ouro?

Desconcertado, o médico foi se desculpando:

- Seria a mesma coisa da febre amarela?!

O geólogo o encarou por uns bons 15 segundos. O médico, entendendo o recado, pega sua maleta e se manda.

Chamando o economista, o geólogo dispara:

- Vamos lá, homem dos custos: considerando o valor da matéria-prima, o que sai mais em conta para um programa de moradia popular: casa com telhado de vidro na praia, ou barracão de zinco sem telhado e sem pintura lá no morro?

- Bom... É... Seria para o "Minha Casa, Minha Vida"?

Sem nenhum comentário do geólogo, após 15 segundos de profundo silêncio, o economista pega sua régua de cálculo e cai na estrada.

Vendo que seria o próximo, o administrador já ia saindo de fininho, mas o geólogo interpela-o:

- Calma homem dos planos! O senhor que conhece de cabo a rabo os planos de negócios, me diga: qual é a estrutura de um plano de falha?

- Plano de falha?? Não seria um plano de falência?

O administrador nem esperou resposta. Baixou os olhos, pegou sua pastinha e deu no pé.

Para comemorar o bom andamento de sua missão, até ali, o geólogo deu uma beiçada na garrafinha e dirigiu-se, candidamente, ao engenheiro:

- Mas diga-nos, homem do tijolo e do cimento, com quantas placas de concreto se faz uma placa tectônica?

- É... Veja bem... Depende se a placa for para piso ou revestimento, entende?

Silêncio constrangedor.

- Bom, é melhor eu ir andando. Tenho uma obra pra fiscalizar ainda hoje.

Assim dizendo, caiu na estrada, a régua T debaixo do braço.

Naquele momento, o advogado acabava de recolher seus códigos legais espalhados durante a refrega.

- Muito bem, disse o geólogo, pelo que vejo, o senhor conhece todas as leis de todos os códigos.

- Isso mesmo, de trás pra frente, de cor e salteado.

- Pois então, homem das leis, quantos artigos existem na lei da sucessão estratigráfica?

- Data vênia, não seria lei da sucessão hereditária?!

Ante o olhar implacável do inquisidor, o advogado terminou de recolher seus códigos para ir embora, mas ainda pode ouvir:

- Aprenda de uma vez, homem das leis: há mais leis entre o céu e a terra do que...

O resto ele não ouviu porque já estava muito longe, estrada a fora.

Ufa! Missão cumprida, pensou o geólogo. Paz restabelecida, platéia dispersa, aproveitadores escorraçados... Só o pobre do bebum, que não tinha entendido porra nenhuma, continuava com sua pedra debaixo do braço:

- A pedra é minha e ninguém tasca!

Por duas vezes ameaçou atirá-la na cabeça do geólogo.

Nesse momento, Deus resolveu dar o toque final na história e apareceu, em pessoa. Usando de Seus poderes magnéticos, retirou a pedra do bebum e deu-a ao geólogo.

Inconsolável, Neguinho resistia a seguir viagem, mas Deus, a sinistra em sua cabeça, aconselhou-lhe:

- Vai meu filho, que tua ameixa, isto é, teu dedão já está curado. Vá para sua amada Minas e, lá chegando, torne-se um poeta e quando se lembrar dessa pedra do caminho, faça uma bela poesia. Ah! Leve esse barrilzinho contigo e, chegando lá, distribua o conteúdo com teus conterrâneos. Eles vão gostar pra caramba. Tem um papelzinho dentro, com a receita. Vai com De... Ops! Vai Comigo!

E assim foi. Neguinho montou um alambique, mas até hoje nunca esquece que havia uma pedra no caminho.

Ao geólogo finalmente, Deus disse:

- Meu filho, estou com muita pressa, vim apenas me despedir e agradecer, porque contigo, completei minha Criação. A Terra sem geólogo é como acarajé sem vatapá.

Tomando aquele imenso diamante de 10 quilos nas mãos, jogou-o para cima, e a pedra se esfarelou em bilhões de minúsculos fragmentos, levados pelos ventos e espalhados nos quatros cantos do mundo.

- Vai meu filho, estuda a Terra, mapeia as pedras, os rios, os vales, as montanhas e suas entranhas. Mostra aos homens que tudo de que eles precisam pra sobreviver, Eu provi aqui mesmo. Certo, que alguns bens metálicos Eu escondi nuns lugares esquisitos por aí, nem Me lembro mais onde, mas tu hás de descobrir, com tua perspicácia. E sendo a Terra o celeiro das minhas criaturas diletas, é preciso respeitá-la, entendê-la e, sobretudo amá-la. Ensina tudo isso aos homens, em Meu nome. Vai que é tua, Brucutu!

E após breve silêncio:

- Como recompensa pelo teu competente trabalho, jamais correrás o risco de perder a unha num diamantão desse quilate. Aos garimpeiros caberá a tarefa de reunir os pedacinhos que aqui hoje dispersei. Mas, para isso, terão que ralar muito. E essa garrafinha te acompanhará para sempre. Será o bálsamo para a vida sofrida que terás. Mas beba com moderação, viu meu filho?

Assim dizendo, pegou uma nuvem fria e se perdeu, céu a fora.

E é por isso que as coisas são como são.

Bsb, fev/2010

9 comentários:

O Tempo Passa disse...

E os geólogos tem se esmerado em cumprir sua nobre missão e obedecer ao Criador, exceto pela "moderação"...

Fausto_Geólogo UnB disse...

e diria mais, sobe e morro e quebra pedra...
e a geologia é foda pra caralho, ia ia ô!!

parabéns pelo ótimo texto!

Percio M. Branco disse...

Genial, irmão !!!
Um abraço.
Geól. Pércio de Moraes Branco
Porto Alegre, RS

Gabriel disse...

Fantástico o texto! Parabéns!

Anônimo disse...

Muito interessante!
Viva geologia!

Anônimo disse...

Pena que nós, geólogos, ainda não pudemos impedir que os seres humanos caminhem para a auto extinção. Continuem brigando, com cobiça, pela posse dos bens terrenos, destruindo nosso planeta.

Argemiro Garcia disse...

Tamo nessa, sempre. Afinal, somos os únicos a receber elogios quando nosso trabalho tem falhas.

Anônimo disse...

Nadinho vc é meu ídolo. Só podia ser baiano. Adorei o texto alimento puro pra alma pro humor e pra consciência. Bjs

Maira Barberi disse...

A anônima querido sou eu Maira mas acho que vc já sabe que sou sua fã meu trovador e cronista favorito